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A Meio-Sangue Bruxa - Capítulo 1

Passado

11 anos (livro a pedra filosofal)
Eu estava em casa, com mamãe, Gabe e Percy, quando recebi a carta.

A escola já tinha terminado, e mais uma vez, meu irmão e eu fomos convidados a não voltar lá. Já estava acostumada. Geralmente, eu ficava quieta no meu canto, mas não aguentava quando os professores me xingavam injustamente, ou xingavam meu irmão. Eu ou Percy explodíamos, e éramos expulsos.

Mamãe nunca nos xingou por isso. Ela era uma ótima pessoa, mas infelizmente, tinha o Gabe. Nunca entendi porque mamãe ainda ficava com ele.

Apesar de ela não saber, às vezes, à noite, eu e Percy ficávamos acordados até tarde, imaginando como seria nosso pai. Sally, minha mãe, não nos fala nada, apenas que era um homem maravilhoso.

Meu sonho infantil era de que minha mãe o reencontrasse, se casassem, e seríamos felizes para sempre, como uma família normal e feliz.

Bem, de qualquer jeito, estávamos almoçando. Eu e Percy ficávamos em silêncio, tendo que aguentar Gabe ser grosso com a mamãe. Quando, de repente, uma coruja entra pela janela. Pousou em cima da mesa, deixando uma carta ali. E depois saiu. Por um momento, ficamos olhando incrédulos para a carta, sem saber o que fazer. Então Gabe explodiu.

- Que merda é essa? – sempre gentil, esse meu padrasto. Fiz cara feia pra ele, enquanto mamãe pegava a carta.

- É pra você, Bella – a voz estava trêmula. Olhei preocupada para minha mãe, depois para a carta que ela me estendia.

- Leia logo, Bella! – disse meu irmão, cheio de curiosidade. Dei de ombros, e peguei logo a tal carta.

Por um momento, fiquei olhando para o que estava escrito ali. Só podia ser uma pegadinha.

- Me dá isso aqui! – Gabe arrancou a carta de minha mão, mas nem liguei. As palavras magia e bruxaria andavam pela minha cabeça – mas que diabos é isso?

- Deixe-me ver – mamãe pegou delicadamente a carta da mão de Gabe, enquanto Percy olhava para mim preocupado.

- O que tinha na carta? – sussurrou para mim.

- Que eu fui aceita na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

- O que? – perguntou, totalmente incrédulo. E então riu. – só pode ser alguém querendo brincar com você.

- Bella, depois conversamos sobre isso – disse mamãe, dando um aceno discreto para Gabe. Assenti.

Voltamos a comer, com Percy falando brincadeiras do maluco que mandara a carta. Mas mamãe estava muito silenciosa, e entendi que a carta não era apenas um trote. Gabe ficava resmungando alto o bastante pra gente ouvir “era só o que me faltava agora. Corujas!”. Ignorei, e depois de ajudar minha mãe com a louça, fomos para o meu quarto.

- É verdade, né mãe? O que está na carta – ela olhou-me com uma expressão preocupada.

- Bella, lembra-se daquela vez em que Gabe queria machucar o cachorro que você encontrou na rua?

- Claro que lembro. Quando Gabe pegou uma vara, ela acabou se voltando contra o Gabe, e não contra o cachorro – mamãe sorriu fracamente.

- Sempre achei que você fizera aquilo, e aqui está a prova – levantou a carta, com as mãos tremulas.

- Mas, bruxas não existem! – mamãe murmurou baixinho se o seu pai pode existir, porque bruxos não? Não entendi o que ela quis dizer, e achei melhor deixar pra lá.

- Eu conheci uma bruxa – continuou minha mãe, como se falasse do tempo. Olhei incrédula para ela. Ela sorriu – eu estava grávida de você e de Percy. Tinha ido para Montauk. Queria tentar ver seu pai novamente. Mas eu sofri um acidente de carro. Você e Percy sobreviveram graças a essa bruxa, que cuidou de mim.

- Então... eu sou mesmo uma bruxa? – mamãe assentiu.

- Não! – disse uma voz chorosa, que reconheci como do meu irmão.  Ele estava na porta, e saiu correndo. Levantei-me para segui-lo, mas Sally me segurou.

- Deixe que eu falo com ele – disse delicadamente – deve ser difícil para seu irmão, ficar tanto tempo longe de você. Será difícil para mim também.

- Eu terei que ir para Hogwarts? – perguntei, infeliz. Quer dizer, era tudo inacreditável. E ficar longe de meu irmão e de minha mãe não estava na lista das 10 coisas que eu estava loucamente ansiosa para fazer.

- Sim, minha querida. Você será uma ótima bruxa! – e me deu um abraço, indo atrás de Percy.

No outro dia, nós pegamos um navio para Londres. Por algum motivo que eu desconheço, mamãe não quis ir de avião. Disse que não tinha dinheiro e que tinha medo de altura.

Apesar de eu desconfiar que passagens marítimas também eram caras, mamãe disse que desde que tínhamos nascido, ela tinha aberto uma conta. Todo dinheirinho que ela conseguia, ela depositava nessa conta, para caso algum dia nós precisássemos.

Percy veio junto, não queria ficar com Gabe. Ele e eu já tínhamos nos entendido, e passamos o tempo todo conversando, brincando. Tentando aproveitar nossos últimos momentos juntos. Pela primeira vez, iríamos para escolas diferentes.

A viagem foi muito tranquila, e ouvi mamãe murmurar obrigada Poseidon. Em Londres, ficamos num hotel. Fomos no beco diagonal e compramos meus materiais e vestes. Ficávamos encantados com tudo que víamos.

No outro dia, eu iria para Hogwarts. Ainda não conseguia acreditar. Consegui passar pela barreira, vendo uma família de bruxos – todos ruivos – passando. Se não ficaríamos horas procurando a plataforma 9 ¾.

No trem, fiz amizade com Hermione Granger. Finalmente, acreditei em tudo que me acontecia quando vi o enorme castelo. Hogwarts. Fui selecionada para a grifinória. Com o passar do tempo, ficava cada vez mais encantada com tudo. Minha dislexia ou déficit de atenção não me afetavam aqui. Tornei-me amiga também de Harry e Rony. Ah, e era secretamente apaixonada por Draco Malfoy.

Quando o ano terminou, eu me sentia realizada. Tinha ido bem nas provas finais, tinha os melhores amigos do mundo, e reveria mamãe e Percy.

Assim que saí da estação, encontrei mamãe e Percy me esperando. Os dois sorriam. Apresentei pra eles Harry, Rony e Hermione. Depois, fomos para um hotel, onde contei tudo para eles, e no outro dia voltamos para Nova York. Aproveitei bem os dois meses com meu irmão e minha mãe.

Ameacei usar magia em Gabe, que parou de me atazanar, apesar de ouvi-lo murmurando monstra, e a palavra magia ter sido proibida.

Recebia cartas de meus amigos, menos de Harry. Fiquei preocupada. Umas semanas depois, recebi uma carta de Rony, dizendo que um elfo doméstico tinha pegado as cartas de Harry, mas que agora ele estava n’A Toca.

12 anos (livros a câmara secreta e o ladrão de raios)
O ano passou mais rápido do que eu esperava. No final do ano, mamãe e Percy quase entraram em pânico ao saberem que eu tinha sido petrificada. Graças a Merlim, fomos direto para Montauk, depois de confortá-los dizendo que Harry tinha matado o monstro da câmara secreta.

- E então, como foi na escola esse ano? – perguntei carinhosamente para meu irmão, bagunçando seus cabelos. Senti muita falta dele. Estávamos em frente ao mar, ao lado do chalé.

- Fui convidado a não voltar – disse rindo. Ri também.  Acho que em Hogwarts nem tinha expulsão, ainda bem - Mas...

- Mas o que? – perguntei aflita. Ele me contou sobre o professor dele, sr. Brunner, sobre a insuportável da Nancy Boboft, e por último, de seu amigo Grover e a conversa que ouviu.

- O que você acha?

- Bem... – disse lentamente – não vejo o porquê de você estar em perigo. Apesar de que você devia ter pressionado mais seu amigo para saber do que falavam. Mas não se preocupe – completei, transformando meu sorriso tenso em divertido – você agora tem uma irmã gêmea bruxa. Você não corre perigo.

Infelizmente, eu estava errada. Tivemos que ir para o acampamento meio sangue, e no caminho pensamos que nossa mãe tinha morrido. Matamos um minotauro – na verdade, Percy fez tudo, pois eu fiquei olhando em pânico para o minotauro. O choque fez com eu não lembrasse nenhum feitiço.

Enfim, eu e Percy descobrimos que somos filhos de Poseidon. Logo tivemos nossa primeira missão: acusaram-nos de termos roubado o raio, e fomos eu, Annabeth (que se tornou minha amiga), Percy e Grover atrás dele, apesar de contrariar as leis antigas, de que um herói precisava de apenas dois companheiros. Mas Percy insistiu para que nós três fossemos.

Conseguimos recuperar o raio, o elmo de Hades e a nossa mãe – que estava viva. Eu e o meu irmão levamos o raio para Zeus, e conheci meu pai. Foi realmente estranho. E, percebemos que Cronos poderia estar se reerguendo. Mamãe usou a cabeça da medusa para transformar Gabe em pedra. Foi um ano super tranquilo e sem emoções.

Quem me dera isso fosse verdade.

13 anos (livros o prisioneiro de askaban e o mar de monstros)
Num dia em Hogwarts, falei para meus amigos quem era meu pai:

- Bella, desculpa perguntar, mas qual o nome do seu pai? – percebendo minha hesitação, Hermione completou rapidamente – não precisa falar. É que você nunca fala sobre ele então...

- Não, tudo bem. Mas é que acho que vocês não vão acreditar – e tenho medo das reações de vocês, completei mentalmente.

- Mas é claro que vamos! – exclamou Rony.

- É, porque não acreditaríamos? – completou Harry. Soltei um suspiro e disse lenta e claramente:

- Poseidon – eles riram. Sério. Riram. Senti que estava corando de raiva e vergonha. Odeio quando riem de mim.

- Que nem o deus do mar? Que legal! E qual o sobrenome?

- Ele é o deus do mar – eles não acreditaram em mim, e quando viram como eu fiquei aborrecida com as risadas, pararam. Nunca mais tocamos nesse assunto.

14 anos (livros o cálice de fogo,  a maldição do titã e a batalho do labirinto)
Dei o meu primeiro beijo. Sério. Dei mesmo. Eu ainda nem acredito nisso. Um dia depois do torneio tribruxo, Draco Malfoy me procurou. Isso mesmo, Draco Malfoy.

- O que você quer, Malfoy? – perguntei, abalada com sua presença, como sempre ficava.

Desde meu primeiro ano, eu era secretamente apaixonada por ele. Ele vivia humilhando meus amigos, mas, bem, nunca me desprezou. Eu até achava que ele me olhava de um jeito diferente, mas preferia não ter esperanças.

Ele olhou sério pra mim. Muito sério e com muita intensidade.

- Dizer que você é a porra de uma sangue ruim, e que estou apaixonado por você. E que te odeio. – e me beijou! Quase levantei a perna, mas fiquei paralisada, sem saber o que fazer. Quase gritei sou inexperiente, ok? Mas me contive. Ele se afastou, a rejeição brilhando com a dor em seus olhos. – desculpe - murmurou baixinho.

Me toquei da besteira que estava fazendo quando ele deu um pequeno passo para trás, e puxei-o para junto de mim novamente, tascando outro beijo. Desta vez, o retribui com tal intensidade que ele me tirou do chão. Depois disso, ficamos juntos. Escondidos. Estava com medo da reação de meus amigos, e o convenci de assumir no próximo ano.

No labirinto, encontrei Hécate, a deusa da magia. Quando perguntei para ela qual a diferença entre os bruxos e seus filhos, ela respondeu que ser uma bruxa ou ser minha filha são coisas completamente diferentes. São dotados de magias diferentes. Com o tempo, você aprenderá as diferenças. Por ora, você precisa saber que a magia sempre estará dentro de você, para quando precisar dela.

15 anos (livros a ordem da fênix e o último olimpiano)
Em Hogwarts, as coisas estavam tensas. Muito tensas. Estavam todos contra Harry e Dumbledore. Eu havia assumido meu namoro com Draco Malfoy, e meus amigos estavam brigados comigo. Bem, não teve como evitar. Eu era apaixonada por Draco há anos, e não iria estragar minha felicidade por que meus amigos não aceitavam. Apesar de eu não estar 100% feliz por causa disso.

Mas também não estava completamente feliz, pois eu sabia que logo, logo teria a guerra contra os titãs.

Ainda tinha aquela bendita profecia, e eu morria de medo que ela se referisse a mim. Mas algo me dizia que era de meu irmão. Infelizmente, percebi que esse dia chegaria mais rápido do que eu imaginava, quando algo aconteceu.

Eu estava no salão principal, almoçava na mesa da sonserina. Quase sempre agora eu ficava nessa mesa, com Draco. Muitos grifinórios não aceitaram nosso namoro e se afastaram de mim. Então não tinha mais porque ficar na mesa da minha casa, já que meus amigos também estavam brigados comigo. Os sonserinos já se acostumaram, e alguns até conversavam comigo.

Bem, voltando, estava comendo calmamente quando escudei um enorme barulho. Todas as pessoas olharam para trás de mim onde, como se fosse um fantasma, em névoa, estava o...

- Senhor D.! – gritei, em choque, para ele.

- Bella...? – ouvi Draco me chamando preocupado. Senhor D. revirou os olhos, e olhou diretamente pra mim.

- Isadora – mesmo revirando os olhos para ele, que como sempre não falou meu nome corretamente, a confusão foi mais forte. O que ele estaria fazendo aqui? Será que...  – francamente, vai demorar muito para você e seu irmão me reconhecerem?

- O mesmo tempo em que você se lembrar do nosso nome – murmurei, baixinho.

- Tenho pouco tempo. A maldita proteção envolta dessa escola me impediu de fazer uma ilusão em você – pelo canto de olho, vi Dumbledore sorrindo, mostrando que achava completamente normal que um homem em névoa estivesse na sua escola, e reclamasse da proteção envolta dela - Enquanto você está aqui no bem bom, os semideuses estão quase morrendo. Infelizmente, o seu irmão ainda está vivo. Cronos está cada vez mais próximo. Eles precisam de você. Então, poderia sair de sua bolha de proteção, e ir ajuda-los? Não que eu me preocupe com eles, é claro, mas você sabe como são uns imprestáveis. Use sua bruxaria para ajudar, se vira. Tem um vinho por aí? – meus olhos estavam arregalados. A guerra já tinha começado, e nem me chamaram? Ah, eu mato meu irmão.

- E o que houve com você? – perguntei, indiferente aos olhares chocados das pessoas, da falta de reação dos professores, da incredulidade de meus amigos e da preocupação de Draco. Senhor D. bufou.

- Tífon. Tive que fazer uma aterrisagem forçada. Hefesto também está fora de ação. Mas isso não importa – a imagem do sr. D já estava começando a sumir.

- E como chego lá?

- Você é filha de Poseidon ou não é? E lembre seu irmão de cuidar de Pólux. – e sumiu. Completamente. Fiquei uns instantes olhando para o lugar onde ele estava.

- O que foi isso? – exclamou uma garota, duas mesas de distancia. Fui despertada bruscamente, e olhei para Draco.

- Você precisa mesmo ir, né? – perguntou preocupado.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Essa poderia ser a última vez que eu o veria. Assenti, e Draco me abraçou, sob todos os olhares do salão. Não pude deixar de sorrir: Draco não era assim tão carinhoso em público.

Dei um selinho rápido nele, e olhei para o outro lado do salão: Harry, Rony e Hermione me fitavam com os olhos arregalados. Sussurrei um desculpa, apesar de não saber exatamente pelo que estava me desculpando.

E me concentrei na água. Eu era a água. Fiz uma rápida reza para meu pai, e me concentrei em aparatar. Quando olhei para baixo, meu corpo tinha se transformado em água. De dentro de Hogwarts não dá para aparatar, então aparatei como se eu fosse água. Confesso que nunca entendi como fiz isso.

Felizmente, deu certo. Apesar de que fiquei um pouco tonta. Teria que treinar depois. Me concentrei em Nova York, e quando abri os olhos novamente, eu estava em Nova York. Agradeci rapidamente ao meu pai, quando ouvi meu nome.

- Bella! – Percy corria em minha direção, e por um momento olhei confusa para os lados. Eu estava no meio da guerra. Ah, que legal!

Quando tudo acabou, eu estava quase morta. Achei isso um máximo. Ok, estou sendo muito sarcástica. Percy estava ali ao meu lado, enquanto Apolo cuidava de Annabeth. Senti que estava perdendo minhas forças e sussurrei antes de desmaiar:

- Hogwarts.

Quando acordei, eu estava na tão conhecida ala hospitalar. Draco, Harry, Rony e Hermione estavam ali. Preocupados. Muito preocupados. Demorou um tempo até que os convenci de que estava bem. Quando eles saíram, me deixando descansar, soltei um longo suspiro. Não demorei muito para dormir.

16 anos (livro o enigma do príncipe)
Era o dia mais feliz da minha vida. Felizmente, Draco e eu tínhamos avançado nosso relacionamento. É, é isso mesmo! Eu e Draco t-r-a-n-s-a-m-o-s. Nem eu acreditava ainda. Eu não era mais virgem! Draco foi muito carinhoso, e no começo doeu. Mas foi realmente muito bom.

Agora, estávamos no salão principal, almoçando. Hoje era o dia em que eu ficava na mesa da sonserina. Eu ficava um dia nessa mesa, outro na da grifinória, já que eu e meus amigos tínhamos feito as pazes.

Apesar de eles ainda não conversarem com Draco, se ignoravam. Achei isso melhor que se desprezarem. Mas então, estávamos comendo tranquilamente, quando aconteceu.

- Hei! – reclamou Draco, e olhei rapidamente para cima, onde meu pai (Poseidon!) segurava Draco pelo colarinho.

- Pai! – exclamei, os olhos arregalados, a boca aberta em choque. O que meu pai, Poseidon, o deus dos mares, estava fazendo aqui?

Algumas poucas pessoas que tinham acreditado ano passado que eu era filha de um deus, quando Dioniso veio aqui, fizeram uma reverencia ao meu pai. Os outros olhavam boquiaberto. Ele apontava um dedo ameaçador para Draco, e temi que fosse fulmina-lo, quando Apolo, o deus super quente e gostoso do sol, apareceu.

- Lord Apolo – fiz uma reverencia, enquanto ouvia todas as garotas do salão suspirarem. Apolo sorriu, e quase suspirei também, mas me lembrei que meu pai estava ali, pronto para fulminar meu namorado.

- Olha aqui garoto. Não pense que pode se aproveitar de minha filha. Ouviu bem? – Poseidon balançava Draco, que tinha os olhos arregalados de medo. Algumas pessoas riram, mas a maioria olhava com respeito para meu pai e meu primo.

- Apolo, por que isso? – perguntei, apontando a cena do meu lado. O deus do sol gargalhou.

- Seu pai acabou de ver uma cena no seu canal no Olimpo. Uma cena um tanto... quente – corei até a raiz do cabelo. Meu pai e todos os deuses do olimpo tinham me visto transando com um cara. Tinha uma situação mais embaraçosa e infeliz que essa?

- Eu tenho um canal no Olimpo? – perguntei, totalmente incrédula e constrangida, enquanto todos olhavam para nós. Meus amigos tinham uma careta no rosto.

- É claro! – disse rindo – você e seu irmão compartilham do mesmo canal. Mas não se preocupe! Percy ganha nas cenas constrangedoras. Ontem mesmo flagramos ele e Annabeth em uma posição... – ele não completou e riu.

- Que nojo! Ele é meu irmão! Mas o que você está fazendo aqui? – arrependi-me imediatamente do modo como falei, com deuses, tenho que ter educação. Mas ele deu uma risada, e então ficou sério.

- Acho que você vai precisar do deus da medicina – arregalei mais ainda meus olhos.

- Mas, então, hm... – pigarreei - vocês viram... hã... viram a...

- Não – rosnou meu pai. Ele afrouxara um pouco seu aperto em Draco, que tentava pegar sua varinha, ao mesmo tempo em que me olhava, pedindo socorro. – consegui cancelar o canal antes. Mas viram muitas coisas. Eu vi muitas coisas. – e olhou-me severamente. Se possível, senti que estava corando mais ainda.

- Pai – comecei, tentando ignorar meu embaraço – poderia soltar Draco? – ele não se mexeu. Resolvi apelar – se você não soltar Draco agora, vou contar para Atena que você dorme com um pijama de peixinhos – acho que deu certo. Ele olhou-me com os olhos arregalados, enquanto o salão explodia em risadas, e Apolo não segurava uma estrondosa gargalhada.

Pus as mãos na cintura, fingindo severidade, enquanto me controlava para não rir também. Eu tinha inventado aquilo, é claro, mas pela reação de meu pai, parecia ser verdade.

- Você não faria isso – disse, mas colocou Draco de volta ao banco.

- Obrigada – dei-lhe um sorriso doce, finalmente podendo aproveitar o fato de que meu pai tinha vindo até aqui, com ciúmes de meu namorado. Por um momento, esqueci que ele era deus, imaginei que éramos pessoas completamente normais – pai, esse é Draco, meu namorado. Draco, esse é Poseidon, meu pai – nenhum dos dois sequer estendeu a mão para se cumprimentar. Suspirei impaciente – vamos começar novamente, sim? – silêncio. Vácuo. Ninguém falava nada. Não respiraram. Viraram que nem as estátuas de medusa. Tá, exagerei.

- Oh tio, cumprimenta aí teu cunhado – disse Apolo rindo, quebrando o gelo. Alguns poucos também riram, mas olharam com medo para meu pai. Senti que estava ficando irritada. Muito irritada. Quer dizer, meu pai e Draco estavam acabando com o dia que era para ser o mais importante de minha vida. Será que não podiam cooperar?

- Draco, se não cumprimentar meu pai agora, contarei pra todo mundo sobre aquilo – o aquilo poderia significar muitas coisas: que ele era um comensal, que ele estava com mais medo que eu hoje, nervoso com minha virgindade, o soco que a Hermione deu no terceiro ano nele... Bem, não sei no que ele pensou, mas estendeu a mão, com os olhos arregalados – pai! Minha ameaça ainda está valendo. Atena iria rir muito com o seu pijama – com os olhos também arregalados, meu pai estendeu a mão, e apertou a de Draco. Soltaram-se rapidamente, com caretas de nojo, mas sorri satisfeita.

- Hei, você é mesmo Poseidon?– gritou um garoto, corajoso, da mesa da lufa-lufa. Papai sorriu satisfeito. E então, na sua mão, apareceu seu tridente. Se antes alguém tinha dúvidas, não tinham mais.

17 anos (livro as relíquias da morte)
A guerra. É, eu estava em mais uma guerra. Já estava me acostumando. Mentira! Não aguentava mais. Estava tudo um caos. As pessoas duelavam a minha volta. Harry estava morto. As lágrimas estavam secas em minha face. Agora, não adiantava chorar. Quer dizer, não era a primeira vez que eu perdia um amigo.

Recriminei-me por esse horrível pensamento.

Duelava com um comensal. Assim que ele caiu desmaiado, virei-me para outro comensal que me atacava. E então paralisei. Minha respiração parou. Senti uma dor maior do que ser atravessada por uma espada, tomar um tiro na cabeça ou receber um avada. Meu coração virou chumbo.

Um feitiço chegou em Draco. Ele olhou surpreso para trás, onde Bellatrix tinha um sorriso triunfante. Draco ajudou muito a Ordem da Fênix, e a maioria dos comensais queria sua cabeça.

E eu recusava a acreditar no que meus olhos viam. Corri até ele, vendo seu corpo cair, como que em câmera lenta. Gritei. Gritei com tanta dor, que a maioria dos que estavam a minha volta olharam para mim assustados.

A raiva, ódio, dor e tristeza borbulharam dentro de mim. O olhar assustado das pessoas passou a ser de admiração: olhando para mim mesma, vi algo que me deixou em choque. Minha camiseta velha e toda rasgada e meu jeans esfarrapada tornaram-se um vestido de cetim rosa, e ia até a metade de minha coxa. No pé, meu tênis velho e sujo transformou-se numa simples e delicada sapatilha branca. Meu cabelo mogno, também sujo e preso de qualquer jeito em um coque, agora caia sedosamente por minhas costas. Mas o pior nem era isso.

Em volta de mim, brilhavam quatro camadas de cores. Laranja, vermelho, rosa e azul. Dei mais um grito, sentindo uma grande onda de poder. Dessa vez ele ecoou para fora dos terrenos da escola. Olhei na direção de Bellatrix, que me olhava assustada.

- Você me tirou algo meu Bellatrix. E eu irei cobrar – disse, minha voz mais fria, julgo dizer, que a de Voldemort. Percebi que minha voz, novamente, ecoou para dentro e fora da escola. Alguns que estavam perto tremeram de medo.

Não tive as emoções que teria por ser abençoada por quatro poderosos deuses, se fosse outro momento. Agora, eu só sentia ódio. Por Bellatrix. Por Voldemort. Por Harry. Por Draco. Pela mosca que eu conseguia ouvir, com o silencio que se infiltrou. Todos olhavam para mim. Todos. Pela primeira vez, não me incomodei com isso. Minha atenção estava completa na mulher que acabara de matar o amor de minha vida.

- O que...? – a voz incrédula e temerosa de Voldemor chegou aos meus ouvidos. Mas então, antes que pudesse fazer qualquer coisa, ouvi vozes dentro de minha cabeça.

Faça o que tem que fazer, mas use a sabedoria; o amor; a brutalidade; e o poder que por direito hierárquico é seu.

Levantei minhas mãos, e me concentrei na água. Eu e Percy tínhamos treinado, e agora sabíamos controlá-la muito bem. De minhas mãos, saiu a água, envolta pelas luzes de minhas bênçãos, e foi direto para Bellatrix.

Ordenei que a água fizesse-a sentir dor, e então Bellatrix estava no chão gemendo, se contorcendo. Acho, e espero, que a dor era mais forte que crucio. Um comensal que tentou se aproximar, bateu numa parede invisível, e foi bruscamente jogado para trás.

Por um tempo, olhava fascinada para a criatura se contorcendo de dor. Ela precisava pagar. Ninguém tira o que é meu sem sofrer. Mas eu sentia que algo estava errado. E então, dei atenção as vozes que escutei.

Ok, estava fazendo o que meu pai disse: usando a água. Estava fazendo isso com brutalidade, como Ares disse. Fazia por amor a Draco, como Aphrodite disse. Mas, como poderia estar fazendo algo sábio?

A resposta veio mais rápido do que eu esperava, com minha mente tão cheia de raiva. Eu tinha que fazer uma balança. A voz de Aphrodite não queria dizer isso, ela queria que eu tivesse compaixão. Já tinha usado a brutalidade; então ordenei a água para que parasse de fazê-la sentir dor. Ok, talvez não seja exatamente compaixão que eu esteja sentindo, mas pelo menos diminui um pouco o sofrimento daquela criatura.

- Darei uma palavrinha com Hades – minha voz soou novamente fria – se eu tiver sorte, você irá para os Campos de Asfódelos – e então abri minhas mãos, como se fosse bater palmas, e Bellatrix parou de se contorcer, morta. 

Obs: esse capítulo é mais para saberem como fora o passado de Bella, ao invés de eu ir pondo flashbacks durante a história, optei por fazer um capítulo assim, para que não haja dúvidas.
Comentem o que acharam, ainda não postei a fic no nyah, pois estou esperando eu ter um número suficiente de capítulos para que não haja atraso, mas por enquanto eu vou postando aqui no blog (:

2 comentários:

  1. Achei muito loco e demais e fico me perguntando como sera essa historia toda em!!!
    Mais de cara ja gostei demais viu

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  2. Att..............PELO AMOR DE DEUS SOU UMA LEITORA CHATA ODEIO ATRASOS ODEIO QUANDO DEMORAM .............Porém tenho paciencia sempre comento e sei oque é ser escritora só peço que pelo amor DE POSEIDON meu pai que atualize ok?
    POR FAVORRRRRRRRRRRRR

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