A Pesagem das Varinhas
Logo após Louise
sair, Aline também se preparou para levantar, mas eu agarrei sua mão e ela me
deu um sorriso simples:
– Depois. Ela
precisa de mim agora. – e dizendo isso puxou sua mão e se afastou.
Minha mente
trabalhava rapidamente tentando entender o que se passara. Então Louise é amiga
de Caterine? Ou melhor, era? Provavelmente antes de eu entrar na escola, já que
eu nunca as vira ser amigáveis uma com a outra. E Cat… não, não mesmo. Caterine
não era esse tipo de pessoa.
– As coisas
estão ficando interessantes. – a garota ao lado de Sophie riu e olhei minha
amiga que olhava para a garrafa como se ela fosse a coisa mais importante do
mundo.
– Você sabia? –
sussurrei acusadoramente em sua direção sabendo que ela só usava aquela
expressão de desinteresse quando escondia alguma coisa. E acabáramos de ouvir que
Cat podia ser uma pessoa bem diferente da que conhecíamos, definitivamente
aquilo era algo para mexer com nossa cabeça. Ela me olhou assustada como se
aquilo fosse um absurdo, mas relaxou logo depois.
– Ok, sem
mentiras. Eu sabia.
– uma risada rouca saiu de minha garganta e me virei para todos que estavam
ali. Nicole estava ainda mais quieta que antes, olhando a garrafa também, mas
de uma forma como se não prestasse real atenção a ela.
– uma risada rouca saiu de minha garganta e me virei para todos que estavam
ali. Nicole estava ainda mais quieta que antes, olhando a garrafa também, mas
de uma forma como se não prestasse real atenção a ela.
– Vamos
continuar ou não? – Luke quem falou animado. – Qual das damas dará a honra?
Nicole pareceu
despertar imediatamente e foi para o meio da roda. Fiquei na dúvida se ela
queria que a garrafa caísse em mim ou era apenas para não cair nela. Segundo
eles,Lucy gostava de gente nova. As únicas novas que não tinham
sido escolhidas ainda eram nós duas. Mas, para minha surpresa, a garrafa parou
em Luke. Ai Merlim, que a garrafa não pare em mim depois.
– Ontem ouvi uma
coisa interessante… – Nicole começou com um sorriso no rosto, ao qual Luke
retribuía. – Seus amigos duvidaram e… eu também. – ela deu uma longa pausa
deixando-me curiosa. – Transou mesmo com onze garotas ou foi só história pra
boi dormir?
Todos se viraram
imediatamente para Luke, aguardando ansiosos a resposta. Ele tirou o sorriso do
rosto e pensei apenas no quão desmoralizado ele estaria a partir daquele
momento.
– Será que pode
repetir a pergunta, acrescentando mais uma a lista? – demorei um segundo para
absorver aquilo. Ele riu ante o olhar surpreso de Nicole. – Bem, então a
resposta é não.
– Essa garrafa
precisa parar nele mais uma vez… – Soph sussurrou para mim, mas não respondi,
pois pensara a mesma coisa que ela.
A garrafa ficou
verde e minha cabeça martelava a necessidade de saber se era possível um garoto
de o quê, dezessete anos?, ter tido todas aquelas garotas em uma relação tão
íntima.
Pensando bem, precisava contar também algumas prostitutas que haviam de ter surgido pelo caminho. De qualquer forma, me parecia muitas pessoas para uma única pessoa.
Pensando bem, precisava contar também algumas prostitutas que haviam de ter surgido pelo caminho. De qualquer forma, me parecia muitas pessoas para uma única pessoa.
– Vamos lá,
querida Weasley. – ele piscou para mim antes de girar a garrafa. Meu coração
martelava contra meu peito e não melhorou quando a garrafa parou em mim. Forcei
um sorriso em sua direção.
– O que quer
saber, Zabini?
– Você é virgem?
– É só o que
sabe perguntar? - foi uma pergunta evasiva.
– É que ela é bastante
interessante para se conhecer as pessoas. - mordi os lábios olhando na direção
de Fritz antes de responder.
– Não. – voltei
a olhar na direção de Scorpius e ele parecia estupefato. Me olhou de um jeito
estranho e voltei a olhar Luke, que parecia satisfeito com a resposta.
– Bom, bom, as
coisas estão sempre mais emocionantes…
Fui até o meio
da roda após a garrafa ficar verde e a girei. Voltei a me sentar e
inevitavelmente meus olhos pousaram em Fritz, que agora tinha uma expressão
calma. Desviei minha atenção mais uma vez para a garrafa que parava de girar, e
foi impossível não me lembrar de minha primeira vez. De uma forma estranha,
senti imensa vergonha ao me lembrar do ocorrido.
A garrafa parou
em Nicole e demorei um segundo para me lembrar de que era a minha vez de
perguntar. Levantei a cabeça forçando um sorriso para ela, mas a minha noite
havia acabado ali. Friedrich conseguira em um minuto me fazer lembrar tudo o
que ele me representava e ainda conseguira deixar Scorpius me olhando daquele
jeito parecendo desapontado e com raiva.
Afinal, ele
achou o quê? Que eu tivesse me guardado pra ele ou algo do tipo?
Por um momento
fugaz, desejei que eu tivesse feito exatamente isso.
– Desafio. -
falou antes de mim. Olhei ao nosso redor, mas minha mente não estava
trabalhando tão bem quanto antes.
– Um strip para
os garotos, Nicole. O que acha? - os garotos começaram a assobiar enquanto ela
levantava dando um sorriso travesso. - Sabe que pode ficar com as peças íntimas
- se quiser. - frisei. Ela concordou com um sorriso enquanto os garotos me
mandavam calar a boca.
(...)
– Scorp... -
chamei quando todos se levantaram para voltar para o dormitório. Ele parou e me
aproximei, dando um sorriso ao parar a sua frente com um sorriso de lado a lado
e jogar os braços ao redor de seu pescoço. - Meu beijo de boa noite. -
sussurrei quando não havia mais ninguém no Salão. Ele me olhava sério e diminuí
o sorriso. - O que foi?
– Você e aquele
cara já tiveram alguma coisa?
Ai Merlim, ele
não podia ter deixado de lado os últimos acontecimentos?
– Por quê?
Ciúmes de novo? - brinquei enrolado alguns fios de seu cabelo em meus dedos.
Ele me afastou delicadamente e meu estômago se movimentou estranhamente. Aquilo
não era um bom sinal.
– Para de levar
tudo na brincadeira, Rose. Eu quero saber o que há entre vocês. - ele resmungou
ainda mais sério que antes - se é que era possível.
– Nada. -
respondi naturalmente ajeitando meu cabelo atrás da orelha.
Ele balançou a
cabeça em negação e deu um passo na direção da escada.
– Odeio mentiras,
Rose. - ele se afastou e me vi sozinha no Salão. O que ele queria que eu
dissesse? Que estava com Friedrich? Quero dizer, que já havia estado?
Não devia
importar meus relacionamentos anteriores. Eu tinha que fazê-lo me desculpar...
No começo da manhã,
fomos chamados, os quatro Campeões, para comparecer à uma pequena sala próxima
ao Salão de Entrada. Precisávamos fazer a pesagem das varinhas e ainda passamos
por algumas entrevistas maçantes. A repórter encarnou em mim e Albus. Comigo
havia a história sobre o meu desaparecimento de três anos e Albus... bem, ele
era o Quarto Campeão. Mais uma vez um Potter escolhido para participar do
Torneio aparecendo como um intruso.
No intervalo
entre as entrevistas e a pesagem das varinhas, Boris Kubrat iniciou uma
discussão com a diretora McGonagall e a Chefe do Departamento de Jogos e
Esportes Mágicos, Natasha Rodrigues. Queria, a todo custo, que alguém tomasse
uma atitude quanto a participação de Albus no Torneio. O diretor Krum
não parecia realmente interessado em apoiar o aluno, mas ainda assim argumentou
algumas palavras em apoio, mostrando como era injusto dois representantes de
Hogwarts participarem do Torneio, sem contar comigo, que também era uma
ex-aluna.
Apenas quando
ele disse aquilo, percebi como era verdade. Eu venceria por Beauxbatons, mas
meus antigos colegas mostraram êxtase ao me ver entrar para a competição. Eu
venceria Scorpius e não tinha muitas dúvidas de que minha vitória seria bem
recebida.
Por falar em
Scorpius, esse ficou quieto durante o tempo em que ficamos próximos. Eu fui a
primeira a ser chamada para que a varinha fosse pesada. Quando voltei ao meu
lugar, olhei para ele que tinha a expressão séria.
– Desculpe. -
sussurrei fazendo-o me olhar. - Eu não devia ter mentido. Eu e ele já tivemos
sim alguma coisa... muitas coisas. - acrescentei fazendo-o arquear a
sobrancelha. - Mas acabou. Somos apenas amigos.
– Não gosto
dele. - falou sério e apenas o olhei em dúvida sobre o que ele queria.
– Senhor Malfoy?
Aqui, por favor. - Carolina Alves o chamou em uma voz calma.
Alves era bem
famosa em Londres, conhecida como uma das melhores construtoras de varinhas.
Era uma mulher que beirava os cinquenta anos, mas tinha um ar jovial, apenas
quem acompanhasse as notícias saberia que o rosto sorridente pertencia a uma
mulher de tanta idade.
– Temos que
fazer alguma coisa. - o sotaque estranho de Boris Kubrat encheu meus ouvidos e
tive vontade de chorar ao ver minha Língua sendo triturada como estava. Ele
falava baixo. Albus estava ao meu lado, mas não parecia interessado no que ele
tinha a dizer.
– Como?
– São dois
representantes de Hogwarts,o que é injusto. - ele era bonito. A pele clara,
cabelos escuros e o rosto rechonchudo com as maçãs do rosto bastante
avermelhadas. Os olhos brilhantes e expressivos. Ele era bonito, mas meio
burrinho. Quero dizer, ele não havia compreendido que Albus era meu
primo? Ou pelo menos que era meu parente?
– No que está
pensando? - falei no mesmo tom e ele sorriu, parecendo satisfeito.
– Podemos nos
unir nas provas e tentar sabotá-los... - ele dizia como se fosse o maior plano
do mundo.
– Eles já podem
ter acordado isso também. - ele negou.
– Soube que são
de casas rivais.
– Nós também. -
ele concordou, mas parou quando Scorpius chegou e lançou um olhar frio para
ele, que voltou para o lugar que estava anteriormente.
Albus foi
chamado para pesar a própria varinha e Scorpius segurou minha mão entre a sua.
– Pensei que
estivesse chateado. - ele me olhou e eu sorri.
– Você está
comigo. - sorriu de volta. - Vamos resolver isso depois.
Ainda não
compreendia o que ele queria dizer, mas não falei mais nada. Finalmente
terminamos a pesagem das varinhas e saímos da sala.
Estava indo na
direção do Salão Comunal da Sonserina quando Albus me segurou pelo braço. Me
virei para ele confusa, pois ele ainda tinha que ir para a aula, assim como
Scorpius já tinha ido.
– O que está
acontecendo, Rose? - olhei para ele intrigada.
– Como assim,
Al?
– Você e o
Malfoy. - meu coração gelou. Seu rosto estava vermelho e ele parecia meio
irritado. – Ta tendo alguma coisa com ele?
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